Neste dia, em 1912, o RMS Titanic colidia com um iceberg no mais impactante naufrágio do século 20

As águas calmas do Atlântico Norte eram motivo de sono para o radiotécnico Jack Phillips, que se ocupava, principalmente, de usar os canais de rádio do RMS Titanic para enviar mensagens dos passageiros. Essa tarefa fazia com que prestasse menos atenção a alertas climáticos, como o de gelo à deriva no trecho que iriam seguir.

Esse foi o erro fatal do navio inafundável. Ao longo do dia, seis mensagens foram enviadas avisando sobre pedaços grandes de gelo que formavam verdadeiros campos congelados sob o Oceano.

Mesmo assim, depois de diversos avisos, o Titanic não reduziu a sua velocidade, o que foi considerado uma imprudência, mesmo a prática sendo recorrente do período. Navios dependiam essencialmente de sua tripulação na ponte e no ninho da gávea para localizar os icebergs e evitar que atingissem a luxuosa fragata. Porém, não se precaver custou muito caro àqueles viajantes.

O mar calmo, na verdade, era um sinal da presença dos gigantes de gelo, como viria a constar nos guias de navegação futuros. Uma neblina em volta do iceberg foi o necessário para que os vigias noturnos não detectassem com muita antecedência a camada glacial formada na rota que o Titanic percorria.

Era 23:39 do dia 14 de abril de 1912 quando o vigia Frederick Fleet avistou um iceberg e, correu imediatamente para o sino da vigia e tocou três vezes; além de telefonar para a ponte de comando informando sobre a presença do colosso de gelo.

A mensagem foi passada para o Sexto Oficial James Moody, que ordenou ao Quartel-mestre Robert Hichens que alterasse imediatamente a rota do navio, virando tudo à estibordo (direita).

Porém, antes que qualquer ordem entrasse em vigor, o próprio mecanismo do Titanic demorava 30 segundos para acontecer, com isso, a mensagem de Fleet demorou 40 segundos para chegar até o timão, e mais meio minuto para, de fato, ser atendido. Na velocidade que o barco estava, a demora foi fatal.

O impacto com o gelo foi brutal e abriu uma enorme fenda no casco do Titanic, mesmo que possa não ter sido um rasgo contínuo, mas sim, uma série de diversos buracos — o que explicaria a inundação em diferentes compartimentos do navio.

Estavam entrando 7 toneladas de água a cada segundo, muito além do que as bombas conseguiam retirar. As caldeiras, ainda quentes, poderiam simplesmente explodir caso entrassem em contato com a água fria do Atlântico, o que não aconteceu por causa dos carregadores e foguistas, que reduziram o fogo e ventilaram a caldeira.

Nos primeiros minutos do dia 15 de abril, mais precisamente às 00:05, o capitão Edward Smith ordenou que os botes salva-vidas fossem preparados juntamente com os viajantes. Os camareiros tiveram que passar de porta em porta tentando acordar os tripulantes, que dormiam em sua maioria. O Titanic não tinha um sistema interno de comunicação por áudio.

A abordagem com os passageiros mudava de acordo com a classe. Os da primeira recebiam assistência para se vestir e levar suas malas até o deck, já os da segunda classe tinham somente suas portas abertas e a instrução de colocarem o colete salva-vidas. Os da terceira eram expressamente avisados que deveriam se dirigir ao convés, e só isso.

O colossal navio tinha perdido para a natureza oficialmente às 2:20 da manhã, quando afundou completamente. Ou será que o Titanic teria sido derrotado pela negligência dos operadores de rádio, que negaram os avisos dados por outras diversas fragatas, uma vez que acreditavam estar pilotando uma divindade em águas tão geladas e cruéis?

Fonte: Aventuras na História

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