Não importa onde apareçam: se você vir um sujeito com lenço na cabeça, tapa-olho e orelha cheia de brincos, já sabe que está na frente de um pirata. A vida em alto-mar com certeza não era das mais fáceis, e pelo menos a maioria dos aparatos utilizados possuíam um motivo. Tapa-olhos para alternar mais facilmente entre as partes interna e externa do navio, lenço provavelmente para o cabelo não atrapalhar — mas e os brincos?
Diversas explicações
Existem várias explicações para o uso de brincos por piratas. Alguns dizem que os motivos eram supersticiosos, pois eles acreditavam que o metal precioso com que os acessórios eram feitos possuía propriedades mágicas, que afastariam o mau-olhado.
Também há quem diga que o uso de brincos evitaria o enjoo em alto-mar, além dos que utilizavam o adorno como um talismã, acreditando que, dessa forma, não seria possível morrer afogado.
Saindo dos motivos sobrenaturais, existem relatos de que o acessório serviria como um registro de viagens realizadas. Um marinheiro ganharia um brinco ao cruzar a Linha do Equador pela primeira vez, assim como ao passar pelo Cabo Horn, ponto extremo da América do Sul, conhecido pelas águas traiçoeiras.
No fim das contas, essas histórias são um tanto quanto fantasiosas, dando a impressão de que foram criadas ao longo do tempo para romantizar os contos. Isso porque a explicação mais plausível é de que o metal dos brincos seria utilizado para pagar as despesas de funeral do falecido pirata, mesmo que ele morresse afogado e acabasse em uma praia qualquer. Sempre feitos de ouro ou prata, os adornos frequentemente possuíam o nome da cidade natal dele. Isso tornava possível o envio do corpo para lá, com todos os custos pagos pela poupança na orelha.
Outra explicação que não parece história de pescador — nem de pirata — é que os brincos de argola serviam como um apoio para protetores auriculares. Não eram incomuns as embarcações que se utilizavam de canhões para atacar navios mercantes, e nessas situações os piratas deixam pendurados nos brincos pedaços de cera. Quando os disparos se iniciavam, bastava colocar o aparato no ouvido e continuar o ataque, sem o risco de perder a audição.
Fonte: Mega Curioso
