Programas científicos que marcaram a infância na TV

Toda criança passa por aquela “fase dos porquês”, questionando absolutamente tudo ao seu redor. Com isso, é comum que pais tenham que responder perguntas constrangedoras, como, por exemplo, a fatídica “como os bebês nascem?”. Mas é justamente nesse período em que muitas crianças começam a perguntar “por que o céu é azul?” ou “por que o Sol vai embora?”.

E, ajudando os pais nessa missão nada fácil de ensinar o mundo a seus filhos, muitos programas de televisão fazem o papel de verdadeiros professores de ciência. Aqui no Top Tech de hoje, você relembra os programas científicos que marcaram a nossa infância na TV!

X-Tudo (1992-2002)

Exibido pela TV Cultura, X-Tudo é um verdadeiro clássico nacional. A ideia ali era ensinar ciência, literatura e cultura geral de um jeito descontraído, e os pequenos telespectadores aprendiam muita coisa sem sentir que estavam em uma sala de aula digital.

No início, quem apresentava o programa era o ator Gerson de Abreu, ao lado do boneco X, e Marcelo Mansfield tinha um quadro específico de curiosidades científicas. Em 1994, quem assumiu a “classe” foi o humorista Márcio Ribeiro (ambos já falecidos hoje em dia, mas fica aqui o in memorian por esses dois ícones da televisão brasileira).

O X-Tudo era tão legal que, em 1995, ganhou o prêmio “O Magnífico” da Câmara Municipal de São Paulo. Suas charadas e ensinamentos marcaram as crianças de sua geração, ainda que muitas delas não tenham conseguido aprender a cozinhar com as dicas do programa. Agradecemos pelo esforço, X-Tudo, de qualquer forma!

O Professor (1992-1994)

A TV Cultura levava a sério sua missão educativa, e, com O Professor, o público infanto-juvenil absorvia conhecimentos de física e química nos moldes de O Mundo de Beakman, mas before it was cool. O programa era apresentado pelo professor de física Antonio Sadao Mori, que recebia alunos em sua casa para fazer experimentos diversos, incluindo o uso de tecnologias modernas para a época, como computação gráfica em um Macintosh.

Com O Professor, a gente conseguiu enxergar o mundo da física e da química com um outro olhar, muito diferente daquela coisa teórica e maçante ensinada nas salas de aula da escola tradicional. Valeu, Professor!

O Mundo de Beakman (1994-2002)

De origem norte-americana, O Mundo de Beakman é o primeiro programa de TV que a maioria das pessoas lembra quando o assunto são shows que ensinaram ciência para crianças através da telinha. Por aqui, foi também a TV Cultura que o exibiu, entre os anos de 1994 e 2002.

Estrelado pelo ator Paul Zaloom, o programa lia cartas de fãs, que serviam como gancho para a realização de experimentos divertidíssimos. A gente podia fazer alguns deles em casa, e a abordagem cativante da série fazia com que os pequenos se sentissem verdadeiros cientistas mirins.

Grandes ícones da ciência, como Albert Einstein, Isaac Newton e Charles Darwin chegaram a ser impersonados pelo Professor Beakman, fazendo com que as crianças conhecessem um pouco mais sobre essas figuras históricas. Seu acompanhante, um rato de laboratório chamado Lester, apresentava a atração junto com assistentes igualmente envolventes.

Quem não desgrudava os olhos da TV Cultura nessa época certamente absorveu conhecimentos sobre termodinâmica, microbiologia, química e geologia e, por isso, declaramos aqui nosso amor por Beakman e seus ensinamentos! Afinal, “não é mágica, é ciência!”

Castelo Rá-Tim-Bum com Tíbio e Perônio (1994-1997)

Tíbio e Perônio eram os dois cientistas que ensinavam teorias para as crianças que curtiam o Castelo Rá-Tim-Bum, outro programa icônico da TV Cultura para a criançada. Apesar de a dupla apresentar um pequeno quadro no programa, eles merecem esse destaque porque, graças à sua abordagem cativante, os pequenos aprenderam muito, sentindo que estavam somente curtindo um pouco de televisão.

Enquanto Tíbio era o mais responsável, Perônio era mais desligadão, com um jeitão infantil, dando aquele equilíbrio à dupla e amenizando a seriedade dos temas. Eles tinham um monstrinho de estimação chamado “tatatossauro”, que nunca apareceu para saciar nossa curiosidade, pois ambos morriam de medo do bicho.

Em 2006, a dupla lendária decidiu voltar a apresentar ciência para o público com uma websérie, apresentando as inovações de infraestrutura que foram desenvolvidas especialmente para os Jogos Olímpicos. Foram produzidos cinco episódios curtinhos, com três minutos de duração, cada.

Ônibus Mágico (1994-1997)

A série animada norte-americana foi exibida na televisão aberta brasileira nos anos 1990, mostrando uma professora e seus alunos, sendo que cada um deles representava uma etnia diferente. A turminha visitava lugares fantásticos com o tal do ônibus (que era mágico), como, por exemplo, o espaço, o interior do corpo humano, ou o passado.

Tudo isso servia como gancho para que a professora ensinasse esses assuntos a seus alunos, com os telespectadores juvenis aprendendo muita coisa junto. Seu sucesso foi tão grande que, no ano passado, a Netflix decidiu fazer um reboot do desenho, lançando a série “O Ônibus Mágico Decola Novamente” na plataforma de streaming.

Seguindo os moldes da produção original, a releitura tem como cenário principal um ônibus encantado para excursões escolares e, usando um tom cômico e cativante, segue distribuindo conhecimentos facilmente absorvidos pelos pequenos.

Eureka com Bill Nye (1993-1998)

Esse programa sensacional passou primeiro nos Estados Unidos, chegando ao Brasil mais para o final da década de 1990, pela Rede Globo. Apresentado por Bill Nye, o “Science Guy”, Eureka mostrava um cientista com jeitão de maluco, alto, magro e um tanto quanto excêntrico, vestindo um jaleco azul com sua característica gravata borboleta.

Foram veiculados 100 episódios no total, e o objetivo do programa era ensinar ciência de maneira descontraída para a audiência pré-adolescente. Bill é cientista educacional, além de comediante, e ele conseguiu reunir essas habilidades com maestria em Eureka, mantendo adolescentes ligadinhos à telinha e plantando a sementinha do amor pela ciência em muitos deles.

E Nye ficou gravado no coração dessa geração de um jeito tal, que a Netflix decidiu, no ano passado, criar um novo show com o cientista, mas, dessa vez, voltado ao público adulto (sim, os mesmos que, na época de Eureka, eram adolescentes espectadores do programa). Ou seja: quem cresceu aprendendo na brincadeira com o “Science Guy”, ficou extasiado ao saber que, depois de 20 anos, poderia aprender novos conhecimentos e reflexões com o mesmo Bill Nye de antigamente.

Em “Bill Nye Salva o Mundo”, em vez de experimentos juvenis mostrando o básico da física e da química, o apresentador debate temas atuais de maneira igualmente divertida, conversando com o público adulto que, entusiasta da ciência e da tecnologia, se preocupa com questões como, por exemplo, alimentos geneticamente modificados, aquecimento global e medicina alternativa. A ideia, aqui, é esclarecer questões polêmicas da sociedade atual, sempre com o viés científico da coisa – sem abandonar o tom irônico e bem humorado, mantendo, também, a amada gravatinha borboleta no figurino.

Fonte: CanalTech

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