Por status, asiáticos que viveram há 12 mil anos tinham crânios em formato de ovo

O insólito ato era obtido pela compressão da cabeça de recém-nascidos. Tudo isso para indicar um status social, revela estudo

Q. Wang

Em um local chamado Houtaomuga, no nordeste da China, arqueólogos encontraram 25 esqueletos com crânios remodelados em forma oval. Datados entre 5 mil e 12 mil anos, os restos mortais seriam de pessoas com status elevado, que buscavam se diferenciar do restante da sociedade pela prática de alongamento craniano.

Segundo os pesquisadores, que pertencem à Texas A & M University, em Dallas, dos onze crânios reconhecidos, cinco deles pertenciam a adultos. Um garoto de três anos com crânio alongado foi enterrado com artefatos cerâmicos, sugerindo origem nobre, e uma mulher tinha ornamentos de conchas em seu corpo.

Prática disseminada

Indícios dessa prática são comuns em diversas partes do mundo, como entre os Maias e nativos norte-americanos. “É muito cedo para dizer se a modificação craniana intencional surgiu pela primeira vez no leste da Ásia e se espalhou por outras partes ou se originou de forma independente em muitos lugares”, afirmou o paleoantropólogo Qian Wang.

Crânios alongados de Houtaomuga / Crédito: Reprodução

Os estilos de moldagem de cabeça podem ser colocados em três grupos: redondo, cônico e plano. A prática era realizada no início da vida, quando os ossos cranianos são maleáveis, sendo obtida pela compressão da cabeça do bebê com as mãos, entre superfícies duras e planas ou enrolando a cabeça com tecidos. Para ter o formato de ovo, era preciso achatar as partes anterior e posterior da cabeça.

O sítio arqueológico de Houtaomuga foi escavado entre 2011 e 2015, e os achados acrescentam um importante corpo de evidências sobre a prática de remodelação craniana. Apesar disso, segundo o paleoantropólogo Xijun Ni da Academia Chinesa de Ciências em Pequim, o crânio mais antigo de Houtaomuga parece não ter sido modificado intencionalmente, apesar de ser ligeiramente alongado. Essa forma de crânio caracteriza alguns asiáticos ainda hoje, afirmou o pesquisador Ni.

Fonte: Aventuras na História

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