Peste negra: como uma das maiores pragas do mundo chegou ao fim

A peste negra, que teve origem no continente asiático, foi a mais letal das epidemias até os dias atuais. Apesar de haver uma convergência entre os dados sobre a quantidade letal de atingidos, estima-se que o número de vítimas fica em torno de 75 a 200 milhões de mortes.

A bactéria causadora, a Yersina pestis teve como origem a China ou a Ásia Central — a rota da seda —, viajou alojada nos intestinos das pulgas que parasitavam os ratos, animais que eram uma praga comum para a época e tinham em grande quantidade, vivendo nos porões das embarcações.

Arte do período da Peste bubônica/Créditos: Getty Images

Assim que atracavam os navios no Mediterrâneo, os roedores espalhavam a doença pelos portos que chegavam.  Embora que no começo, a disseminação fosse contida, se mantendo apenas área costeira dos países, no momento que começou a ser propagada pelo ar, a enfermidade se espalhou extremamente rápido entre os humanos, e no pico da pandemia, dizia-se que não havia humanos vivos suficientes para enterrar os casos fatais.

Os sintomas incluíam: febre altíssima, vômitos, naúseas, tosse com sangue, dor de cabeça, cansaço extremo, calafrios e convulsão, além de matar muito depressa os contaminados.

Inclusive, na época não havia uma explicação para algo tão terrível que estava acontecendo no continente. A população do século 8 trazia teorias estranhas para explicar os acontecimentos sangrentos: alinhamento dos planetas que espalhavam as bactérias no ar, mendigos, ciganos, envenenamentos da água feito pelos judeus, eram algumas das justificativas colocadas para tentar entender o que se passava.

A doença chegou a matar 85% da população em Londres/Créditos: Getty Images

A Europa viveu um clima de pânico, pois parecia que aquele cenário de caos não teria fim. A teoria mais popular de como a peste bubônica terminou, foi a partir do momento que foi implementada melhoras na higiene e nas medidas públicas de saúde.

A primeira providência tomada foi a implementação das quarentenas. A população sadia passou a ficar dentro de suas casas, só saindo quando fosse extremamente necessário, enquanto os mais abastados e podiam bancar saiam das áreas mais povoadas e viviam em isolamento.

Com os europeus reclusos, outra coisa que auxiliou no quadro de propagação dessa mazela foram as melhorias dos hábitos de higiene pessoal e, ao invés de enterrarem os corpos, eles passaram a cremar os falecidos, entrando em menos contato ainda com a Yersina pestis.

Por último, mas não menos importante, na Idade média, as cidadelas não possuíam sistema de saneamento, eram muito sujam e isso ajudava a proliferação. Além das ruas, a água também era contaminada por dejetos humanos infectados.

A partir do momento que os municípios passaram a ser limpos corretamente e o saneamento e tratamento das águas foram implementados, foi a última e mais forte medida para que a enfermidade fosse extinta.

Levou mais de 200 anos até que a Europa conseguisse restabelecer seus habitantes para o número anterior a peste. Mas não foi a perda da civilização que ocorreu nesse período, a nação também perdeu muito em termos de trabalho, arte, cultura e economia.

Atualmente, a versão da doença está erradicada. Contudo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, de 2010 a 2015, foram registrados 3.248 casos da maleza pelo mundo, com 584 mortes. Com os tratamentos da medicina atual, é muito mais fácil de controlar e tratar os enfermos.

Podendo ser encontrada em todos os continentes, com exeção da Oceania. O risco de contágio ainda existe, apesar de ser pequeno. Os lugares de maior concentração de casos são na África, Ásia e América do Sul, sendo que desde a década de 1990, a maioria das ocorrências é na República Democrática do Congo e no Peru.

Fonte: Aventuras na História

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