O novo Mac Pro customizado ao máximo poderá custar mais de meio milhão de reais

Após uma longa espera, a Apple apresentou ontem, na keynote de abertura da Worldwide Developers Conference (WWDC) 2019, o novíssimo Mac Pro. Ele parece atender todos os anseios de profissionais e empresas que fazem um uso realmente parrudo de computadores.

É como Rodrigo Ghedin colocou no Manual do Usuário:

“Antes que você me xingue de burguês ou qualquer outro termo pesado do tipo, explico-me: estamos falando de equipamentos profissionais. Ninguém em sã consciência compraria um Mac Pro para fazer TCC, jogar Fortnite ou atualizar o Face da padaria do tio. Quem compra esse tipo de coisa renderiza animações pesadas, faz simulações e projetos de engenharia complexos, compila aplicativos gigantescos… você entendeu: é gente que se beneficia do poder de processamento e das possibilidades de expansão que o novo Mac Pro oferece. E gente rica sem noção, mas esses você pode xingar à vontade.”

O grande problema das críticas iniciais ao novo Mac Pro — e ao seu monitor Pro Display XDR — é esse: elas vêm de um público totalmente alheio à necessidade de um equipamento como esse. O Mac Pro está num patamar completamente distinto de todos os outros Macs existentes, inclusive do próprio iMac Pro.

O Pro Display XDR segue o mesmo raciocínio. Há quem esteja brincando com o fato de apenas o seu suporte custar o mesmo que o monitor completo custava em 2011 (US$1.000), mas o patamar aqui agora é outro. A Apple está colocando-o frente a monitores profissionais com altíssima precisão de cores — ela citou um de US$43.000 na keynote, mas Jonathan Morrison trouxe aqui outro exemplo de pouco mais de US$29.000 (esse com resolução 4K, não 6K). Nesse cenário, os US$6.000 do Pro Display XDR (já com seu Pro Stand) viram uma pechincha.

Posto tudo isso, é divertido imaginar quanto poderá custar um Mac Pro customizado ao máximo, visto que a Apple só nos deu o preço inicial de US$6.000 para uma máquina configurada com processador Intel Xeon W de 8 núcleos, 32GB de RAM, placa gráfica AMD Radeon Pro 580X e 256GB de SSD. Com um Pro Display XDR e seu Pro Stand, já chegamos a US$12.000.

The Verge fez algumas estimativas de quanto deverá ficar para customizar o Mac Pro, obviamente com base na realidade americana porém considerando alguns preços gerais de mercado que normalmente são bem mais em conta do que a Apple costuma cobrar diretamente (o que é felizmente uma opção no caso do novo Mac Pro, afinal, ninguém precisará pagar a “taxa Apple” pelos upgrades se não quiser).

Pois bem:

  • 12 pentes de RAM DDR4 ECC 2.933MHz de 128GB cada (total de 1,5TB) = US$18.000 (a Apple cobra US$5.200 por 256GB no iMac Pro e é uma RAM inferior, de 2.666MHz, então é bem capaz que comprando por ela os 1,5TB superem os US$30.000).
  • Dois SSDs de 2TB cada = US$2.400 (preço Apple mesmo, com base no iMac Pro).
  • Um processador Intel Xeon W de 28 núcleos com 2,5GHz e Turbo Boost até 4,4GHz, com 66,5MB de cache = US$7.500
  • Duas placas gráficas AMD Radeon Pro Vega II com Infinity Fabric Link e 64GB de memória HBM2 = US$12.000
  • Uma placa aceleradora Apple Afterburner = ainda não se sabe quanto custará

Só aqui, em cima da base de US$6.000, já chegamos a US$45.900. Com a Afterburner, as rodinhas para a carcaça (Mac Pro Wheel Kit) e uma certa margem de erro, atingimos facilmente os US$50.000. Mas isso, claro, é só a torre.

Já que estamos aqui para brincar de gente grande, temos que considerar aí na conta também seis(!) Pro Display XDRs na versão Nano-Texture com um Pro Stand cada, que somarim então mais US$42.000. Total de US$92.000 pelo “kit”. 😄

Considerando que o “dólar Apple” (conversão da moeda + impostos e outros custos) está hoje na casa dos 7,5x, esse “kit” inimaginável chegaria ao Brasil por cerca de R$690.000. Pronto, agora você tem o resto do dia para digerir essa informação.

Fonte: Mac Magazine

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