A série de 10 episódios que vai ser protagonizada por Julia Roberts estreia no dia 2 de novembro, mas já está dando o que falar. Estrela de cinema, conhecida por seus papéis inesquecíveis nas telonas, a atriz entra em cena agora em uma produção para a Amazon Prime, o thriller psicológico Homecoming.
Essa vai ser a primeira vez que Julia participará de uma série. Questionada sobre isso durante um dos painéis do TCA, evento da associação de críticos de TV dos Estados Unidos, ela disse que não pensa muito sobre essa separação entre telonas ou telinhas: “Minha TV é bem grande”, comentou, arrancando risos dos jornalistas presentes na coletiva.
No fim das contas, gravar uma série é muito parecido com gravar um filme, segundo a atriz, de forma que não foi assim tão diferente do que teria sido fazer um longa-metragem. Os verdadeiros desafios, de acordo com ela, vieram do brilhantismo do diretor do seriado, Sam Esmail, que o público já conhece por Mr. Robot.
Entre os momentos nos quais Julia e seus colegas de elenco se sentiram estimulados, ela destaca as cenas extremamente longas filmadas em uma única tomada – como é o caso de uma sequência de 11 páginas gravadas continuamente.
“Tornou-se emocionante para todos da equipe de produção e do elenco — todos nós gostamos do desafio que Sam criou. [Gravar cenas como essa] não era apenas sobre estar preparada; é estar preparada enquanto sobe lances de escada, ao telefone.”
Cenas em diferentes cenários, timing, sincronia e um esforço coletivo para que ninguém faça nada errado; caso contrário, tudo precisa recomeçar do zero. Essas cenas contínuas são realmente difíceis para toda a equipe, mas, no caso de Homecoming, elas funcionaram como um estímulo coletivo. “Isso se tornou nosso combustível: quantas páginas nós conseguiremos fazer amanhã? Quanto mais difícil a tarefa, mais rápido nós a executávamos. E nós estávamos estranhamente felizes todo o tempo.”
Esse nível altíssimo de concentração e continuidade foi um desafio para Julia também no sentido prático, já que a atriz confessou que boa parte das cenas que precisaram ser regravadas aconteceram porque ela acabava tropeçando em algo ou derrubando um ou outro objeto. “Eu tinha um monte de adereços. Você pode olhar para a minha carreira; eu não toquei tantos adereços quanto nesse trabalho”, brincou.
Além das cenas longas, a temática da série foi um dos aspectos desafiadores para a atriz. Com uma pegada de suspense e aquele clima de tensão e insegurança social que conseguimos sentir muito bem quando assistimos a Mr. Robot, Homecoming tem como ponto central o retorno de ex-veteranos de guerra ao solo norte-americano, com todas as incertezas que eles trazem na bagagem.
Para dar vida à personagem Heidi Bergman, uma assistente social que trabalha com esses ex-soldados, Julia se cercou de traumas e sentimentos intensos, dúvidas existenciais e transtorno pós-traumático. “Foi um grande desafio mental a cada dia.”
Parte dessa alegria veio do fato de ser dirigida por Esmail, que foi, segundo Julia, o verdadeiro motivo pelo qual ela aceitou o papel. Durante as semanas de gravação, a admiração apenas cresceu, conforme ela foi se apaixonando pela história e pelo estilo de trabalho do diretor. “Eu amei cada minuto que passamos juntos profissionalmente. Ele sabe exatamente a coisa certa a dizer todas as vezes, tivemos uma maravilhosa relação simbiótica”, comemorou.
A trama da história criada por Micah Bloomberg e Eli Horowitz é outro grande atrativo de Homecoming. “É um novelo tão incrível e antigo inserido nesse enigma realmente moderno de um jogo de moralidade … e colocar isso nas mãos incrivelmente elegantes e capazes de Sam parecia um lugar muito seguro para se estar.”
Junto a ela no set estão nomes como Bobby Cannavale, Stephan James e Shea Whigham, além de Dermot Mulroney, com quem Julia havia contracenado em O Casamento do Meu Melhor Amigo, em 1997. Amigos também na vida pessoal, Julia e Dermot nunca mais haviam se cruzado em produções de cinema e TV; agora, serão par romântico.
Faltando ainda 3 meses para a estreia de Homecoming, Julia comenta a expectativa e a sensação de fazer conteúdo para um canal de streaming. “Tudo é tão bom, o nível é tão alto, e para mim é bom trazer algo para as casas das pessoas. Somos como um serviço de entrega — estamos entregando entretenimento em suas casas”, disse.
Fonte: Minha Série
