Inteligência artificial prevê fracassos de bilheteria

De acordo com Nadira Azermai, criadora do ScriptBook, ferramenta que utiliza inteligência artificial para analisar filmes, a Sony Pictures poderia ter economizado uma fortuna entre 2015 e 2017. Azermai diz que a empresa deveria ter feito uso de algoritmos em vez de pessoas para evitar a produção de filmes que não foram lucrativos.

As sessões teste são uma constante na indústria cinematográfica, e colocam uma quantidade controlada de pessoas para ir à exibições do filme antes do lançamento. As análises feitas por esse público não só costumam trazer as primeiras impressões sobre os filmes, como também servem para apontar para o estúdio o que pode estar dando errado em um filme. Nadira propõe, portanto, que sessões do tipo sejam substituídas por avaliações de inteligência artificial.

Em uma apresentação no Festival Internacional de Cinema de Karlovy Vary, Naira disse que, ao analisar roteiros, o ScriptBook foi capaz de identificar 22 fracassos de bilheteria em 32 filmes da Sony que deram prejuízo no período mencionado. No total, a Sony lançou 62 filmes.

“Se a Sony tivesse usado nossos sistema, eles poderiam ter evitado 22 fracassos financeiros”, argumentou Azermai.

Muitos vêem no ScriptBook e em sistemas de inteligência artificial similares o potencial para destruir parte da produção e distribuição cinematográfica, desencorajando profissionais em troca de economizar investimentos.

O ScriptBook, fundado em 2015 e com sede em Antwerp, na Bélgica, criou uma ferramenta que analisa o texto dos roteiros para fazer uma previsão financeira. “Nossa missão é revolucionar o ramo do storytelling utilizando a inteligência artificial para ajudar produtores, distribuidores, agentes e investidores a controlar seus riscos.”

O sistema, que fica hospedado na nuvem, já está em funcionamento, e arrecadou 1,4 milhão de dólares para acelerar seu desenvolvimento. O ScriptBook funciona da seguinte maneira: o usuário da ferramenta faz upload de um PDF com o roteiro para o sistema. Em apenas cinco minutos, ele recebe uma análise detalhada do projeto, que avalia desde os personagens (detectando protagonistas, coadjuvantes e antagonistas), deduz qual o público alvo (incluindo gênero e raça), e, mais importante, prevê o quanto o filme deverá lucrar nas bilheterias.

Para criar o sistema, a empresa utilizou como base 6.500 roteiros de filmes já prontos. De acordo com a fundadora, o índice de acerto é de 84%. Nadira diz que sua ferramenta funciona principalmente como forma de validar ideias, como um “carimbo” para dar início às produções.

Nem tudo são flores. Se a Sony realmente tivesse utilizando o sistema, não teríamos o Cinemático de “A Torre Negra”, por exemplo.

Fonte: B9

 

Compartilhe