Incêndio se espalha e está perto da usina nuclear abandonada de Chernobyl

Um incêndio, provavelmente causado “por diversão” por um morador local, começou no dia 4 de abril na Zona de Exclusão de Chernobyl — aquela área de 2.600 quilômetros quadrados estabelecida desde o acidente nuclear de 1986, quando o reator 4 da usina em questão explodiu, causando um dos maiores acidentes deste tipo na história. As chamas se espalharam rapidamente, aumentando os níveis de radiação no ar daquela região da Ucrânia — e podendo até mesmo chegar a Kiev, capital do país. Mas a coisa pode piorar ainda mais: na noite de ontem (14), a BBC divulgou a informação de que o incêndio estaria a poucos quilômetros da usina abandonada de Chernobyl.

Yaroslav Emelianenko, um operador de turismo local, foi quem afirmou que as chamas já haviam chegado à cidade abandonada de Pripyat, aquela que servia à usina quando ela estava em funcionamento. Ele relata que o fogo já estava a 2 km do local onde ficam armazenados os resíduos mais perigosos.

Incêndio chegando à usina nuclear de Chernobyl. Foto tirada no dia 12 de abril (Foto: YouTube/Global News)

Ou seja: catástrofe à vista. Até porque, vale lembrar, no ano passado a estrutura que retém radiação por lá estava caindo e precisava ser desmontada para evitar um novo acidente. Essa estrutura de concreto é chamada de “sarcófago”, construída justamente em torno da unidade onde fica o reator 4 — aquele que explodiu 34 anos atrás. A corrosão das vigas de apoio da estrutura, causada pelas chuvas ao longo do tempo, já ameaçava o sarcófago, e também tinha vazamento de água acontecendo ali. A estrutura retém 200 toneladas de mercúrio radioativo, 30 toneladas de pó contaminado e 16 toneladas de urânio e plutônio.

Desde o início do incêndio, mais de 300 bombeiros com equipamentos especiais trabalham ali na tentativa de conter as chamas, apoiados por helicópteros e aviões que tentam apagar o fogo do alto. Contudo, ao menos por enquanto, Kateryna Pavlova, presidente da agência que gerencia a Zona de Exclusão de Chernobyl, disse que “não é possível afirmar que o fogo esteja controlado”.

Apesar de ser proibido que pessoas morem a menos de 30 km da área ao redor da usina, cerca de 200 ainda vivem por ali.

Fonte: Canaltech

Compartilhe