Fusão AT&T e Time Warner aprovada: início dos novos tempos dos conglomerados

[análise]

A fusão da AT&T e da Time Warner acaba de ser aprovada por um juiz federal norte-americano, dando início a uma nova era dos conglomerados de mídia, entretenimento e tecnologia dos Estados Unidos.

O juiz Richard Leon aceitou o argumento dos executivos da AT&T e da Time Warner que a única maneira de uma empresa de mídia sobreviver em um ambiente cada vez mais dominado por gigantes da tecnologia é combinando estúdios de cinema, canais de TV, distribuição e processamento de dados em uma corporação.

Leon rejeitou a alegação do Departamento de Justiça dos Estados Unidos de que combinar a segunda maior empresa de telecomunicações e o maior provedor de TV paga do país com um dos principais estúdios de cinema e televisão concentraria muito poder nas mãos de uma única empresa.
O juiz designado para analisar a fusão frente às leis antitruste concluiu que o Departamento de Justiça não conseguiu provar que a junção das empresas resultaria em preços mais altos para os consumidores ou prejudicaria a concorrência.

Ainda mais, Leon sugeriu que o Departamento de Justiça não deveria apelar da decisão, pois isso apenas custaria mais honorários para as empresas e o governo e não chegaria em um resultado diferente.

A aprovação do processo de fusão da AT&T e da Time Warner, avaliada em US$ 85,4 bilhões só se equipara com a união da AOL com a Time Warner (US$ 103,5 bilhões em 2001) e da Viacom com a CBS (US$ 49,6 bilhões em 2000).

A decisão tem grandes implicações para o futuro do mercado de mídias e tecnologia, já que abre caminho para uma maior combinação de empresas de conteúdo e distribuição – o que deve provocar uma agitação do mercado nos próximos meses!

A Comcast, por exemplo, deve fazer uma contraproposta no caso dos ativos da 21st Century Fox para rivalizar com a The Walt Disney Company. Já grandes companhias de tecnologia, como a Google, a Apple e o Facebook, podem considerar a compra de estúdios de Hollywood.

A fusão da AT&T e Time Warner é apenas o primeiro grande acordo aprovado e provavelmente vamos acompanhar mais negócios como esse enquanto os conglomerados de mídia, entretenimento e tecnologia se reorganizam para os novos tempos.

Fonte: Minha série

Compartilhe