A origem – nada romântica – do Dia dos Namorados

Data nasceu na agência de publicidade de João Doria, pai do governador de São Paulo

Direto ao assunto: Dia dos Namorados é só no Brasil. Não existe em nenhum outro lugar do mundo. Alguns países tem datas próprias, como o Tu B’Av (Dia do Amor) de Israel. A China tem o Qing Ren Jie, o Festival dos Amantes.

A grande maioria celebra o Dia de São Valentim, em 14 de fevereiro — que, em alguns países latinos, até pode se chamar Dia de Los Enamorados, mas não tem a mesma origem.

São Valentim é uma tradição medieval, do tempo de cavaleiros e donzelas. Dia dos Namorados é uma criação da agência de publicidade de João Doria (1919-2000), pai do governador de São Paulo, João Doria Jr.

Em 1948, a Standart Propaganda recebeu um trabalho da Exposição Patriarca e Modas Clipper, lojas de roupas. Eles queriam impulsionar as vendas em junho, mas o mês não tinha nenhuma data como Natal ou Dia das Mães para convencer o povo a comprar.

Ação de marketing

Doria, então, importou o São Valentim, que nunca havia colado no Brasil, do jeito dele. Simplesmente criou um anúncio dizendo que 12 de junho era o Dia dos Namorados e os pombinhos deveriam correr para as lojas. Assim como descreve esse antigo anúncio:

 

Reprodução

12 de junho é a véspera do Dia de Santo Antônio, com fama de casamenteiro. Uma das razões porque Valentim não teve chance por aqui é devido à essa concorrência com ele. Além disso, fevereiro é época de Carnaval.

Mas, talvez o mais importante, o Brasil era quadrado demais para esse papo de namorados. Até por volta da década de 1930, o que acontecia era aquilo da noiva e do noivo em cada canto do sofá, com a sogra no meio.

A razão de ser véspera e não o dia de Santo Antônio é porque sua celebração é uma não exatamente romântica festa junina. E isso de bafo de quentão, paçoca e pipoca nos dentes não combina com beijos apaixonados.

 

Fonte: Aventuras na História

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