5 séries da Netflix que estrearam discretamente e viraram fenômenos globais

“Você ainda está assistindo?”

A toda-poderosa Netflix desenvolveu uma característica que vai além do serviço de streaming. Mesmo apostando em conteúdos originais, a empresa também se tornou uma espécie de curadora de filmes e séries, frequentemente adquirindo os direitos de distribuição de produções pequenas, mas com potencial para virarem sucessos mundiais. Alguns dos fenômenos globais mais recentes da plataforma são séries lançadas por canais estrangeiros locais, que conquistaram um público significativo na terra natal e receberam o selo de aprovação da plataforma, passando a integrar seus diferentes catálogos ao redor do mundo.

Pensando nisso, recapitulamos a história recente dessas amadas séries, que começaram de forma discreta, mas acabaram conquistando reconhecimento no mundo todo depois de intensas estratégias de divulgação da Netflix. Confira abaixo alguns desses títulos.

Dark

Quando Dark estreou, era comum ouvir alguns fãs se referirem a ela como “uma versão adulta de Stranger Things”, o que gerou inevitáveis comparações entre as duas séries, além, claro, de ambas desenrolarem suas tramas a partir do desaparecimento misterioso de um jovem. Para aumentar ainda mais o interesse em torno da série alemã, ela estreou em dezembro de 2017, pouco mais de um mês depois do final da segunda temporada de Stranger Things, em um momento em que os fãs estavam carentes das aventuras de Eleven, Mike, Dustin e Lucas. Apesar das similaridades entre as duas produções originais da Netflix, Dark conseguiu apresentar elementos próprios e criar uma identidade narrativa com suas múltiplas linhas temporais. Por isso, não levou muito tempo até que tivesse repercussão mundo afora, se tornando uma das séries mais badaladas e comentadas nas redes sociais.

Com merecido sucesso de crítica e público, a trama acompanha quatro diferentes famílias que vivem em uma pequena cidade alemã. Suas vidas pacatas são completamente transformadas quando duas crianças desaparecem misteriosamente e segredos obscuros começam a ser desvendados. A segunda temporada estreou no último dia 21 de junho, com oito episódios. O site Série Maníacos divulgou que Dark foi a série mais maratonada por brasileiros na semana de 17 a 24 de junho, com base em registros no aplicativo TV Time. A terceira e última temporada da série já está confirmada para 2020.

La Casa de Papel

E é claro que a queridinha do momento não poderia ficar de fora da lista. Inicialmente, a trama que acompanha um assalto à Casa da Moeda foi concebida pela emissora espanhola Antena 3 como uma série limitada, mas a popularidade no país de origem — mais de 4 milhões de pessoas assistiram à estreia — foi o suficiente para chamar a atenção da Netflix, que conseguiu os direitos de distribuição e passou a disponibilizá-la em duas partes reeditadas nos territórios na plataforma, em dezembro de 2017. Hoje em dia, La Casa de Papel é a série de língua não-inglesa mais assistida do serviço.

O sucesso da parceria levou a empresa a assinar um acordo de produção com Alex Pina, criador da série, que já inclui mais duas temporadas inéditas, sendo que a terceira já estreia na próxima semana, em 19 de julho. Para seus criadores, La Casa de Papel é um ponto de virada da TV espanhola, e agora, com a Netflix, tem a oportunidade de exportar culturas, lógicas de vida e pensamentos distintos para o resto do mundo. A terceira temporada vai apresentar um novo plano de assalto do Professor (Álvaro Morte), que dessa vez vai invadir o Banco da Espanha.

Vis a Vis

E já que estamos falando de séries espanholas, é válido lembrar que a Netflix não perdeu tempo e já investiu seu cofrinho em um novo sucesso originado no país. Vis a Vis foi lançada em 2015 pela mesma emissora de La Casa de Papel, e, por também se passar em uma prisão feminina, acabou gerando comparações com Orange Is The New Black. Na série, Macarena Ferreiro (Maggie Civantos) é uma jovem ingênua que se apaixona pelo patrão, se une a ele para dar um grande golpe e acaba indo parar na prisão. Acusada de cometer quatro crimes fiscais, ela precisa enfrentar o choque emocional que é estar na cadeia, enquanto sua família procura um jeito de pagar a fiança e libertá-la da Penitenciária de Cruz del Sur. Diz-se que um dos motivos da Netflix ter comprado os direitos da série é o fato de ela ter no elenco a atriz Alba Flores, a Nairobi de La Casa de Papel. Em Vis a Vis, ela é a detenta Saray.

A série possui 40 episódios divididos em quatro temporadas, recentemente compradas pelo serviço de streaming, mas, assim como aconteceu com La Casa de Papel, elas estão sendo liberadas aos poucos na plataforma. A primeira temporada estreou no Brasil em 31 de maio e a segunda quatro semanas depois, no dia 28 de junho. O sucesso foi imediato. Apesar do pouco tempo em que se encontra no catálogo, foi o suficiente para os assinantes devorarem todo o conteúdo já está disponível. Ainda não há data exata para a chegada da terceira etapa, mas a previsão é que aconteça em outubro ou novembro deste ano. Os fãs mais entusiastas já especulam se a gigante do streaming vai repetir a estratégia adotada com La Casa de Papel e produzir uma nova temporada original.

O Bosque 

No final do ano passado, quando a Netflix divulgou a lista de séries originais maratonadas em menos tempo pelos brasileiros, O Bosque surpreendeu a todos ao ficar em primeiro lugar. Embora a empresa tenha ressaltado que os dados coletados não dizem respeito aos números gerais de visualização de suas séries, desbancar o hit A Maldição da Residência Hill já é bastante significativo. A produção francesa de suspense, que estreou na plataforma em junho de 2018, teve um início bastante discreto, mas não levou muito tempo para ser descoberta pelo grande público.

Na trama, uma adolescente de dezesseis anos desaparece na floresta perto de sua aldeia, na França. A história avança à medida que uma investigação, liderada pelo capitão da polícia Gaspard Deker (Samuel Labarthe), é aberta, contando com a ajuda de uma professora que já teve uma experiência traumática no mesmo bosque. A Netflix aposta novamente em um suspense impulsionado pelo desaparecimento de um jovem, como em Dark e Stranger Things, e o público parece não estar cansado da temática. A primeira e única (até o momento) temporada de O Bosque tem seis episódios, e o canal France 3, responsável pela produção, ainda não confirmou a tão aguardada segunda temporada. Inicialmente, O Bosque foi concebida como minissérie, mas casos recentes como os de Big Little Lies, The Sinner e Bomb Girls dão esperanças de que uma nova trama seja anunciada eventualmente.

3%

A primeira série brasileira da Neflix tem suas controvérsias, é verdade. Nem todo mundo aprova a trama centrada na sociedade distópica criada por Pedro Aguilera, principalmente os brasileiros, já que nem o público e nem a crítica se empolgaram muito. No entanto, isso não quer dizer que a série não foi bem recebida lá fora, muito pelo contrário. A produção conquistou algumas marcas importantes, como o fato de ter se tornado a série de língua não-inglesa na Netflix mais assistida nos Estados Unidos, e mais da metade das horas totais vistas provêm de mercados internacionais. E não foi só o público internacional que aprovou, a crítica também foi só elogios. O The Hollywood Reporter definiu a série como sendo “obscura, complexa e provocante”, enquanto o IndieWire destacou que mesmo com recursos limitados, 3% tem uma habilidade de cativar que recai principalmente na bem sucedida narrativa.

Na trama, acompanhamos um futuro pós-apocalíptico não muito distante, o planeta é um lugar devastado. O Continente é uma região miserável, decadente e escassa de recursos, no Brasil. Aos 20 anos de idade, todo cidadão recebe a chance de passar pelo Processo, uma rigorosa seleção de provas físicas, morais e psicológicas que oferece a chance de ascender ao Mar Alto, uma região onde tudo é abundante e as oportunidades de vida são extensas. Entretanto, somente 3% dos inscritos chegarão até lá.

Fonte: Adoro Cinema

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